Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) representam um grande problema de saúde pública no mundo e os principais agentes etiológicos associados a essas infecções são microrganismos também encontrados nas superfícies inanimadas hospitalares. Nesse sentido, este trabalho tem como propósito analisar a contaminação de superfícies inanimadas por bactérias Gram-negativas de interesse clínico em um Hospital terciário da cidade de Mossoró-RN. Tratou-se de um estudo do tipo exploratório, observacional e transversal. O total de 150 amostras de contaminação de superfícies foram coletadas em diferentes alas do Hospital Regional Tarcísio Maia com auxílio de um swab estéril embebido em solução salina. As amostras foram semeadas em ágar MacConkey e incubadas em estufa por 48 horas. Os isolados bacterianos crescidos foram contados e identificadas pelo Método de Coloração de Gram. Cerca 71 amostras não apresentaram nenhum tipo de crescimento microbiológico, 11 apresentam crescimento de fungos filamentosos e 68 amostras evidenciaram crescimento de unidades formadoras de colônias sugestivas de bactérias ou leveduras. A ala hospitalar que apresentou maior crescimento foi o Pronto Socorro Adulto (60%), ainda, o Pronto Socorro Infantil, a Clínica Médica e a Clínica Cirúrgica Geral apresentaram percentuais de amostras positivas >50%. Na Clínica Pediátrica, na Unidade de Pacientes Infectados, na Clínica Cirúrgica Ortopédica e no Centro Cirúrgico, a proporção foi <50%. Amostras coletadas da bomba de infusão circulatória, carrinho de banho, colchão da cama de ultrassonografia, colchão da mesa cirúrgica, lavabo do centro cirúrgico, grade lateral da maca deslizante do centro cirúrgico, mesa instrumental cirúrgica, monitor da UTI, negatoscópio do pronto socorro adulto, pia da entrada da UTI, porta do frigobar do centro cirúrgico e ventilador mecânico da UTI apresentaram crescimento negativo. Todas amostras coletadas dos teclados dos computadores e das torneiras das pias de todas as alas tiveram crescimento positivo. Amostras coletadas dos painéis de gases, do teclado dos telefones, das maçanetas das portas, das cadeiras dos acompanhantes, dos carros de urgência, das camas, dos colchões, dos focos, das caixas de medicamentos, dos interruptores de luz, dos suportes de soro, das paredes, das pranchetas, das bancadas e bancada de preparo de medicamento das diversas alas hospitalares apresentaram uma alta taxa de crescimento. Das amostras com crescimento de unidades formadoras de colônia, 55 (42%) eram leveduras e 77 (58%) eram Bactérias Gram-Negativas, sendo 58 de formato bacilar e 19 com características cocobacilares. As etapas seguintes que seriam realizadas - identificação bacteriana; definição do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos e detecção de genes de resistência através do PCR, não foram realizadas em virtude da pandemia de COVID-19 e a paralisação das atividades presenciais da UFERSA. Os atuais resultados já são suficientes para afirmar que as áreas hospitalares em que há maior fluxo de pessoas são as mais contaminadas e a contaminação se dá, sobretudo, em objetos com alta frequência de manipulação. Nesse sentido, é necessária uma atenção maior na desinfecção das superfícies inanimadas, no intuito de quebrar a cadeia de contaminação desses agentes etiológicos.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas